Museu Zero

Tavira, Portugal

Cliente

Instituto Lusíada de Cultura

Estado

Em construção

Data de projeto

2014-2015

Data de construção

2016-Presente

Área de construção

2.500m2

Fotografia

Prémios

1º lugar em concurso público

Localizado em Santa Catarina da Fonte do Bispo - Tavira, no Algarve, e promovido pelo Instituto Lusíada de Cultura, o projecto para o Museu Zero compreende a reabilitação de parte das instalações, actualmente desactivadas, da Cooperativa Agrícola de Santa Catarina da Fonte do Bispo, e sua adaptação ao acolhimento de um núcleo museológico e criativo dedicado ao tema das artes digitais. Como tema central do projecto surge a preservação e valorização da herança arquitectónica e paisagística, mantendo presentes os valores da etnografia, cultura e património algarvios. 

O conjunto edificado existente é composto por diversos pavilhões, anexos e sucessivas extensões, anteriormente dedicados ao processamento de cereais, dos quais se destacam os grandes silos de armazenamento que pontuam a volumetria do conjunto e de toda a envolvente construída. 

A espacialidade singular dos silos e o consequente desejo de os tornar parte integrante do percurso do projecto convidam ao desenvolvimento de intervenções estratégicas que os tornem permeáveis ao programa que se desenvolve em seu redor, incluindo a perfuração pontual das suas lajes e a abertura de percursos no seu interior.

De acordo com a referida estratégia de protecção da herança cultural local, opta-se pela preservação e recuperação total do conjunto existente, colocando-se particular ênfase na valorização do seu carácter industrial. A intervenção no existente é, portanto, mínima, cingindo-se ao necessário para assegurar a sua estabilidade e desempenho funcional, e focando-se no realce das suas características existentes. 

A preexistência torna-se um pano de fundo, não só para o programa, como também para as intervenções arquitectónicas associadas ao mesmo, criando percursos, definindo espaços e contribuindo em geral para o seu novo funcionamento. 

Na sua materialização, estas intervenções adoptam uma linguagem própria, de carácter leve e reversível, que as define claramente como algo adicionado.


A sua construção em madeira pintada assume claramente a intervenção realizada e remete para técnicas e materiais de construção locais e tradicionais.

No exterior, a presença destas intervenções é contida à adição de dois novos volumes, indispensáveis ao bom funcionamento do conjunto, que, apesar da sua linguagem contrastante, dão continuidade à volumetria existente.