Clínica T

Lisboa, Portugal

Cliente

Clínica Dentária T

Estado

Construído

Data de projeto

2011

Data de construção

2011

Área de construção

149 m2

Prémios

Finalista Archdaily "Building of the Year" 2012 Award (categoria de Saúde)

Localizada em Lisboa, esta clínica dentária desenvolveu-se partindo do pressuposto de que os espaços de saúde não necessitam de ser espaços frios e impessoais.

Na realidade, apesar de grande parte da estrutura de uma clínica ser dedicada aos espaços de tratamento propriamente ditos, existem também espaços mais orientados para os aspectos públicos e sociais, tais como as zonas de espera e a recepção. Embora os espaços de tratamento sejam, obviamente, essenciais, esta proposta vem reforçar a importância do lado mais social e humano dos espaços de saúde, apresentando dois ambientes distintos e opostos: o espaço clínico e o espaço de estar.

O rigoroso espaço clínico, respondendo a normas de higiene e profissionalismo, caracteriza-se por uma imagem imperativamente branca que transmite confiança e serenidade ao paciente. O espaço de estar é um espaço de encontro, descontração e conforto, características psicologicamente distantes do ambiente clínico, e que deste modo pressupõe um desenho do espaço diferente.

A dualidade espacial e funcional foi conseguida através da introdução de um volume dinâmico e curvilíneo que percorre todo o espaço disponível e encerra um novo espaço interior, permitindo uma leitura baseada no contraste entre cheio e vazio, claro e escuro, clínico e informal. O espaço intersticial vazio criado no exterior deste volume, visível do exterior, funciona como espaço social, enquanto a massa do volume incorpora as zonas clínicas.

Para reforçar estes contrastes conceptuais, revestiu-se pelo exterior o volume com uma textura de mosaico espelhado, gerando múltiplos reflexos de luz em todo o espaço social, e resultando num ambiente mais escurecido, inesperado e sofisticado.

Este espaço exterior ao volume configura-se numa série de zonas contíguas com funções diferentes, incluindo a recepção, atendimento e zona de espera, mantendo, no entanto, a imagem de um único grande espaço.

O espaço clínico usufrui da linguagem orgânica do exterior do volume para se expandir, segundo algumas necessidades espaciais específicas, perfazendo, no seu conjunto, uma distribuição simples de corredor distributivo único para os consultórios e dependências clínicas. 

Como forma de ampliar a área no interior do volume facilita-se a permeabilidade ao olhar através de planos de vidro que permitem a visibilidade entre os vários compartimentos e, assim, a consciência da totalidade do espaço clínico.